domingo, 11 de julho de 2010

MERCI









Já havia lido sobre a loja francesa MERCI, da dupla Marie France e Bernard Cohen, criadores da grife Bonpoint. Mas nada comparado a respirar pessoalmente aquele universo repleto de conceito e modernidade. Em pleno Boulevard Beaumarchais, no badalado bairro do Marais, em Paris, me deparei com uma loja de fachada simplérrima, com andaimes na frente e logomarca pichada em uma chapa de metal. Impossível imaginar o parque de diversões que encontraria ali dentro.
Com uma proposta beneficente (a loja doa parte das vendas para instituições que cuidam de crianças carentes na Ilha de Madagascar), a Merci tem, espalhado por seus três andares, roupas de grandes marcas com descontos, peças vintage dos anos 60 e móveis e objetos ultra contemporâneos. No subsolo, um restaurante charmosíssimo, com mesas comunitárias, costuma ficar lotado na hora do almoço, todos os dias da semana.
Mas o que mais chama atenção neste novo conceito de loja é, sem dúvida, o ar SIMPLES, a disposição descompromissada das peças à venda. Não pode-se dizer que há uma decoração na loja. O despojamento e a simplicidade são a alma do negócio. Araras de metal, paredes brancas com tubulações e fiações aparentes, chão de cimento. Aliás, simplicidade foi o que mais me chamou atenção nesta temporada em Paris. Tirando as grifonas de Saint Honoré e adjacências e Saint Germain de Près, as marcas novas e o lado moderninho da cidade (Marais, Republique e até a Rivoli) está repleto de lojas simplórias, com uma ambientação que parece (sem ser) amadora, transpirando o que o novo consumidor espera de uma marca: menos ostentação, mais aconchego, preços mais viáveis.
Ops, mas vale lembrar que os preços da Merci não são nada aconchegantes. A propos, trés chère ! Mas com sua proposta de fazer o bem, podemos até desculpá-la por isso.

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